por SB Comunicação | 15 \15\America/Sao_Paulo outubro \15\America/Sao_Paulo 2023 | Notícias
Todos os caminhos levam à inclusão. Assim como o Papa Francisco se mostrou preocupado com as questões da diversidade social na Igreja no Sínodo dos Bispos, realizado esta semana no Vaticano, a direção e colaboradores do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF) também estão se organizando para tornar o ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo. O HSF foi visitado pelo Papa Francisco por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, há dez anos.
Para isso, a direção da unidade está criando o Comitê de Diversidade, que vai discutir políticas para promover maior bem-estar social no ambiente de trabalho, visando dar mais atenção a questões relacionadas a diferentes grupos, como mulheres, negros, LGBTQIAPN+ e pessoas acima de 50 anos.
Durante o mês de setembro, entre os dias 20 e 21, foram realizadas palestras para os colaboradores sobre a criação do comitê e seus objetivos, como sensibilizar e conscientizar os mesmos sobre os conceitos de diversidade e seus impactos na sociedade e, principalmente, a respeito de como criar espaços mais inclusivos. Além disso, foram abertas inscrições para quem quisesse participar do planejamento e execução de ações de inclusão dentro do hospital.
Segundo a analista de treinamento do Recursos Humanos do hospital, Yara Domingos, só para a primeira reunião do comitê, que acontece na terceira semana de outubro, foram inscritos 15 colaboradores do hospital. A unidade tem cerca de 1.300 colaboradores.
“Vai ser nosso primeiro encontro, onde as pessoas terão oportunidade de levar suas demandas e sugestões para melhorar o dia a dia do hospital. A ideia é agendar uma reunião mensal para que a gente possa discutir e avaliar o ambiente de trabalho, promover campanhas e debates. Queremos que os colaboradores também se sintam parte integrante, participante e ativa da vida do hospital”, disse Yara Domingos.
Para o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro, é preciso abraçar a todos, sem distinção. “Afinal, só com união e acolhimento construiremos um ambiente salutar”, diz. E complementa lembrando uma frase de São Francisco de Assis: “Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente estruído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”
por SB Comunicação | 10 \10\America/Sao_Paulo outubro \10\America/Sao_Paulo 2023 | Notícias
Em sua quarta edição, evento traz questões relacionadas a doação de órgãos, saúde mental e segurança do paciente
Temas como doação de órgãos, prevenção ao suicídio e segurança do paciente foram discutidos na Semana de Conscientização à Vida, promovida pelo Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ), nos dia 26 a 28 de setembro. Esta foi a quarta edição do evento que todo ano conta com palestras dos profissionais do HSF e especialistas convidados. Dando início à Semana, o arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta celebrou uma missa em ação de graças aos doadores e pacientes transplantados, uma vez que o serviço de transplantes prestado pelo hospital à pacientes do SUS é uma referência nacional e que já beneficiou 600 pacientes.
Abrindo o ciclo de palestras, as enfermeiras Viviane Solis e Patrícia Lamiz, representantes da OPO Norte, falaram sobre a busca ativa de doadores de órgãos e os principais desafios. “O que a gente quis trazer hoje para os nossos colaboradores foi toda a trajetória da doação de órgãos. Mostrando que a busca ativa é o início de tudo. A gente quis mostrar cada passo do protocolo de morte encefálica, evidenciando como o acolhimento familiar é fundamental nesse processo. E como o colaborador pode trazer esse familiar para ele. Acho que isso é um ponto-chave nessa questão”, destacou Viviane, que também é integrante da Pastoral da Saúde do hospital.
Seguindo a temática de doação de órgãos, Amanda Dutra, plantonista da Sala Vermelha e Rotina Médica do Hospital Estadual Getúlio Vargas, destacou a importância de se ter consciência do protocolo de morte encefálica. “Para gente pensar em doação de órgãos, primeiro é preciso ter um diagnóstico para dar andamento nesse processo. E o protocolo que a gente tem no Brasil é um dos mais rigorosos do mundo, porém necessário para que a gente realmente tenha confiança sobre o diagnóstico de morte encefálica. O Estado oferece esse suporte através da Central de Transplantes para que a gente execute o protocolo de morte encefálica. E acho importante que todas as equipes tenham consciência desse processo, porque é uma coisa que não só é uma notificação compulsória, faz parte da nossa legislação, mas que também otimiza todos os recursos dentro da Unidade de Terapia Intensiva”, declarou a médica.
Para Louise Xavier, estagiária do setor de Psicologia do Polo de Atenção Integral Papa Francisco (PAI), serviço do próprio Hospital, “conhecer como é feito o diagnóstico de morte encefálica, como colocar isso pra família, como lidar com o luto que ela vai estar passando e como poder abordar da melhor maneira possível, deixa a gente um pouco mais preparado e com uma escuta mais afiada para poder entender o que vai ser melhor para aquela família e como que a gente, enquanto equipe, pode melhorar esse processo de luto para que a experiência não seja muito traumática”, sinalizou.
Dentro da temática, ainda tiveram as palestras ‘O Processo de Luto x Doação de Órgãos’, com a enfermeira Mayla Cardoso, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein; ‘Manutenção de Potencial Doador’, com o enfermeiro Márcio Gomes, especialista regional de transplante – Contatti; ‘Processo de Captação Do Órgão’, com Fabrício Oliveira, coordenador de Atenção Especializada e Gestão de Tecnologia da Secretaria de Estado de Saúde/RJ, e ‘Acolhimento Familiar x Entrevista Familiar’, com Juliana Aguiar, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
Para contemplar o setembro amarelo, a coordenadora de Segurança Pública e Saúde do Trabalhador do Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), Meire Christine Souza trouxe a questão da saúde mental dos agentes de segurança pública. “Dentro do contexto de prevenção do suicídio, a palavra ‘conscientização à vida’ traz um alerta: falar sobre o tipo de ambiente de trabalho que está sendo nocivo à saúde e que impacto isso pode trazer a integridade física e mental. Pensando e identificando isso, é preciso pensar em uma política de promoção de saúde e segurança do trabalho, para esse tipo de profissional” destacou.
Com o tema ‘Da Vulnerabilidade Social à Vulnerabilidade Psíquica: Uma Proposta de Cuidado em Saúde Mental’, as palestrantes Grazielle Nogueira e Gabriella Pacífico representantes da Instituição Favelaterapia, enfatizaram a saúde mental das favelas e das periferias do Rio de Janeiro. “Falar sobre esse tema é falar um pouco sobre as violências psíquicas que sofremos. E também nos dá a oportunidade de refletir como a sociedade lida com a saúde mental das pessoas que estão sendo constantemente vulnerabilizadas. E aí entende-se a vulnerabilidade como ausência de coisas, seja ausência de expressão, de identidade, e as questões do racismo de gênero, da sexualidade… Esses contextos e vulnerabilidades nos atravessam e faz com que a gente se expresse de uma forma negativa ou positiva no mundo. Por isso é importante a gente trazer essas questões e promover esse exercício de enxergar o outro e tratar o indivíduo com mais empatia, respeito e amor”, sinalizou.
Ainda dentro desse tema, a clínico geral Vivian Borgert, da Instituição Favelaterapia, fez uma apresentação sobre a vulnerabilidade psíquica e social das pessoas LGBTQIAPN+. “Dentro da sociedade em que vivemos, ainda há dificuldades de entender as pessoas LGBTQIAPN+ e eu quis trazer uma abordagem com relação aos direitos desta população como pessoas diferentes, mas que ao mesmo tempo têm que ser respeitadas como indivíduos. E esses indivíduos têm suas singularidades e particularidades em relação à saúde mental, porque existem estressores que acabam gerando depressão, ansiedade, transtorno do pânico, transtornos alimentares, tentativas de suicídio, entre outros. Os dados mostram a invisibilidade dessas pessoas no acesso à justiça, a proteção dos seus direitos, o atendimento à saúde e como essas questões são subestimadas. É preciso conversar, entender e atender todas as pessoas”.
A coordenadora do serviço de Psicologia, Caroline Oertel, alegou que todas palestras do segundo dia se complementam, uma vez que falam sobre situações de agressividade, violência social, de um contexto de vulnerabilidade e como isso atravessa a população. “A gente sabe que dentro desses contextos a gente também vive isso dentro da nossa realidade, seja do hospital, com o nosso público interno, seja com o nosso público externo, com as pessoas que frequentam o nosso hospital. E para a gente é muito importante trazer essa reflexão, essa consciência para os nossos colaboradores, para que a gente consiga aproximá-los dessa realidade.”
Outros assuntos também discutidos foram ‘Tecnologia e Suicídio’, com o psicanalista e historiador Diego Nunes, editor-chefe da Revista Círculo de Giz, e ‘Suicídio e Dependência Química: Um Diálogo Multidisciplinar’, com a equipe multidisciplinar do PAI/HSF.
E abarcando o tema segurança do paciente, o diretor Regional da MedSênior-RJ, Carlos Lobbé: “A instituição precisa entregar aquilo que prometeu. A entrega é o paciente sair da instituição melhor do que entrou ou curado. Qualquer coisa diferente disso, nós falhamos enquanto instituição. E se a gente falhar, nós somos considerados incompetentes. Se você realiza isso com protocolo, você uniformiza as entregas e melhora todo o fluxo porque se criou um processo. E toda vez que você visita esse processo você faz com que ele seja mais seguro para seu paciente. Essa padronização dos procedimentos diminui a mortalidade. Por isso, o profissional precisa estudar e conhecer o padrão de serviço mais seguro para o paciente”, enfatizou Lobbé, que é professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com a palestra ‘Segurança do Paciente como Estratégia Institucional’, a fisioterapeuta Roberta Privitera Torquato, diretora da Qualyserv Consultoria, destacou os quatro eixos para a segurança do paciente: os protocolos gerenciados, as políticas e os registros da instituição e mais as metas internacionais de segurança do paciente. “Cada um desses pilares faz com que a gente trabalhe de uma forma mais organizada com o objetivo de alcançar um bom resultado. Mesmo conhecendo todas as metas de segurança, mesmo realizando treinamento de tempos em tempos, ainda assim são cometidos alguns erros. E isso é extremamente prejudicial ao paciente. Por isso é importante a gente falar sobre o assunto e estar atento aos processos de assistência. O mundo inteiro investe nas seis metas internacionais de segurança e existe um plano de ação global, que começou em 2021 e vai até 2030, para que a gente consiga reduzir todos os eventos relacionados às falhas do processo. É preciso que todo mundo esteja atento a isso e colabore no sentido de diminuir as falhas relacionadas à assistência do paciente.”
Trazendo a questão da participação da família na segurança do paciente, Glaucia Cerqueira, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Quinta D’or, lembrou que a segurança é tornar o paciente e o familiar como membro da equipe de assistência. “Uma vez que você coloca os dois como membro da equipe, há maior adesão ao tratamento, pessoas com mais clareza ao que está sendo feito. Com isso, temos pessoas menos demandantes, mais esclarecidas e que vão colaborar melhor no cuidado deste paciente ou que vão ajudar a equipe quando algo diferente acontecer do que foi previsto”, defendeu.
As enfermeiras de qualidade do HSF, Thatiana de Freitas e Luana da Mata Corrêa, lembraram que o objetivo do evento foi fazer a sensibilização de todos os colaboradores, independente da área. “As pessoas focam muito na parte assistencial, mas toda equipe multidisciplinar de apoio, seja pessoal da higiene, manutenção, nutrição, recepção, entre outros, precisam estar incluída nessa sensibilização sistêmica. Todos são responsáveis pela segurança do paciente. Cada um precisa entender que é responsável pela entrega final do paciente”, destacou Thatiana. “É importante reforçar com os colaboradores o papel da família dentro do processo de cuidado, que ela não está ali para se intrometer no trabalho, ela está ajudando na prevenção de acidentes”, lembrou Luana.
‘A Importância do Cuidado Seguro no Processo de Internação: O Que o Paciente Leva de Experiência sobre a Segurança do Paciente’ e “’A Inclusão do Paciente no Cuidado’, foram as palestras ministradas, respectivamente, pela psicóloga e neuropsicóloga Merilin Albuquerque e Gabriel Farias, consultor em Qualidade e Gestor Médico do Hospital e Clínica São Gonçalo. O encerramento do evento foi um momento de reflexão com a mesa redonda multiprofissional ‘Amplifique a Voz do Paciente’.
Para o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro, ao promover debates de tamanha relevância para profissionais da saúde, “o Hospital São Francisco na Providência de Deus mostra o quanto alia cuidado humanizado com processos assistenciais e administrativos de excelência que colocam o paciente no centro do cuidado”.
por SB Comunicação | 9 \09\America/Sao_Paulo outubro \09\America/Sao_Paulo 2023 | Notícias
O Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) assinaram na última quinta (28) um termo de intenção para atuação conjunta na área da assistência à saúde. Com isso, o hospital passa a ser referência para o curso de Medicina que a universidade pretende abrir em breve. O acordo foi assinado entre o reitor da PUC-Rio, professor Padre Anderson Antonio Pedroso, e o Frei Francisco Belotti, fundador e presidente da Associação e Fraternidade São Francisco na Providência de Deus, gestora do Hospital.
O diretor geral do HSF entende que a parceria trará avanços na área de ensino e pesquisa, especialmente. “Teremos um ganho técnico grande para todos os profissionais do hospital, o que vai refletir na qualidade assistencial para os nossos pacientes. São eles o propósito da nossa gestão”, diz Frei Nicolau Castro.
“A sinergia entre a PUC-Rio e a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, que administra o hospital, são extremamente profícuas. O Hospital São Francisco poderá ser reconhecido como hospital de ensino, capaz de apoiar a formação médica proposta pela PUC-Rio, formando um indivíduo e profissional capaz de compreender toda a complexidade do sistema de saúde em que atua, que reflete a imensa desigualdade social existente em todo o país, e que acaba sendo mais contundente em grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro”, completa o reitor da PUC-Rio.
O diretor administrativo do HSF, Márcio Nunes, explica que as duas instituições estão realizando os trâmites regulatórios junto aos órgãos competentes e que, em breve, o HSF irá se tornar oficialmente um hospital universitário vinculado à PUC-Rio. Ele diz que a parceria irá abranger outros cursos além do de Medicina. “A ideia não é só ficar com a atuação em saúde, é avançar com os outros cursos e trazê-los para dentro do hospital, como o de tecnologia, nutrição, psicologia, serviço social e outros. Nosso intuito é incentivar estudos e pesquisas que propiciem melhora na assistência e nos processos de saúde”, adianta Nunes. “Temos que lembrar que a Associação São Francisco tem um forte trabalho social, como os barcos-hospitais na região Amazônica e o projeto em tribos indígenas. A proposta é que os alunos do curso de Medicina possam vivenciar as nossas obras na região Amazônica”, salienta.
O Hospital São Francisco na Providência de Deus possui 8 prédios e capacidade de 850 leitos (261 ativos, atualmente). Guilherme Costa, diretor médico do hospital, reforça que todos os serviços prestados atualmente, como os convênios com as operadoras de saúde e com o SUS, continuam mantidos: “Hoje, mais de 70% dos atendimentos são feitos a pacientes do SUS. Nossos serviços de cirurgia bariátrica e transplantes de renal e hepáticos são referências no país. A parceria com a PUC não altera a prestação dos nossos serviços. Nossos pacientes continuarão recebendo o atendimento assistencial diferenciado que qualificou nosso hospital no mercado”.
por SB Comunicação | 6 \06\America/Sao_Paulo setembro \06\America/Sao_Paulo 2023 | Notícias
Por Raphael Pinheiro
Para alguns, infelizmente, a saúde mental ainda é um tabu, mas iniciativas como o Setembro Amarelo têm o poder de gerar a conscientização para a luta contra o suicídio.
Neste mês de setembro, as redes sociais e os espaços públicos estão tingidos de amarelo, mas não para celebrar a chegada da primavera ao fim do mês. É o “Setembro Amarelo”, um mês dedicado à prevenção do suicídio, uma questão de saúde mental grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste artigo, vamos explorar como a tecnologia desempenha um papel fundamental na batalha contra esse flagelo e como grandes empresas, como o Google, estão se mobilizando para combater esse problema de saúde pública.
O Google e Sua Política de Prevenção de Suicídio
No cenário digital de hoje, onde a informação é obtida rapidamente com apenas alguns cliques, as gigantes da tecnologia desempenham um papel crucial na disseminação de informações e na identificação de comportamentos preocupantes. O Google, um dos líderes globais em busca na internet, tem investido recursos significativos na prevenção do suicídio.
Uma de suas iniciativas mais notáveis é o algoritmo que detecta buscas relacionadas ao suicídio. Quando alguém faz uma busca que sugira que está considerando o suicídio, o Google apresenta informações úteis e, em alguns casos, sugere entrar em contato com organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV). Essa função é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para alcançar pessoas em situações de risco quando elas mais precisam.
A Complexidade dos Motivos Por Trás do Suicídio
Para compreender plenamente a importância da tecnologia na prevenção do suicídio, é crucial entender os diversos fatores que podem levar alguém a considerar essa triste “alternativa”. A seguir, examinaremos, ainda que superficialmente, algumas das razões mais comuns que podem desencadear pensamentos e comportamentos suicidas:
- Desilusão Amorosa: O término de um relacionamento de forma abrupta pode abalar profundamente o estado emocional de uma pessoa. A sensação de solidão, abandono e o sentimento de perda podem ser devastadores, levando algumas pessoas a pensar no suicídio como uma fuga da dor emocional. Nesse contexto, a pessoa fragilizada pode se sentir completamente desamparada e incapaz de imaginar um futuro sem a presença daquele terceiro, que era central em sua vida. Essa desesperança e a dor avassaladora podem levar ao pensamento suicida ou sua concretização.
- Ambiente de Trabalho Tóxico: Pressão excessiva por metas irrealistas, prazos apertados e demandas de trabalho desproporcionais podem sobrecarregar os funcionários, levando ao estresse crônico. Supervisores ou gerentes que adotam práticas de gestão inadequadas, como abuso verbal, favoritismo ou falta de comunicação, podem eventualmente criar um ambiente hostil e desmotivador. O assédio, a discriminação e inseguranças trabalhistas também contribuem para ampliação do esgotamento e o desenvolvimento da depressão, criando um terreno fértil para pensamentos suicidas.
- Depressão: A depressão, por vezes associadas a outros transtornos, é uma das principais causas de suicídio em todo o mundo. Os sintomas incluem profunda tristeza, apatia, isolamento e sentimentos de desesperança. A tecnologia de monitoramento pode ajudar a identificar esses sinais e direcionar as pessoas para o apoio necessário.
- Problemas Familiares: Conflitos familiares, abuso doméstico e falta de suporte emocional podem ser desencadeadores do suicídio. Sentimentos de desespero podem surgir quando alguém se sente preso em uma situação insustentável por laços sanguíneos ou afetivos.
- Abuso de Substâncias: O abuso de álcool e drogas muitas vezes está associado ao suicídio. O uso dessas substâncias pode diminuir os inibidores naturais que impedem o suicídio, tornando-o mais provável em momentos de crise.
A Tecnologia como Ferramenta de Prevenção
Além das políticas e algoritmos de prevenção implementados pelo Google, a tecnologia oferece outras ferramentas essenciais na luta contra o suicídio:
- Chatbots de Apoio Emocional: Chatbots e assistentes virtuais podem fornecer apoio emocional imediato a qualquer hora do dia. Eles podem ser programados para oferecer informações sobre serviços de prevenção do suicídio e até mesmo ouvir desabafos.
- Monitoramento de Mídias Sociais: Algoritmos de inteligência artificial podem analisar postagens em mídias sociais em busca de sinais de comportamento suicida. Isso permite que as plataformas identifiquem pessoas em risco, mesmo que elas não busquem ajuda diretamente.
- Aplicativos de Saúde Mental: Aplicativos projetados para monitorar o bem-estar emocional e mental podem ajudar as pessoas a rastrear seus estados de ânimo e pensamentos negativos. Essas ferramentas também podem fornecer sugestões para melhorar o estado de ânimo e reduzir o estresse.
- Conscientização Online: A internet é um poderoso meio de conscientização e educação sobre saúde mental e prevenção do suicídio. Vídeos, artigos e podcasts informativos podem alcançar um público amplo e fornecer informações úteis.
- Telemedicina: Hoje já é possível receber orientação psiquiátrica ou psicológica a distância, sem necessidade de deslocamentos.
Compartilhando experiências
É importante lembrar que o suicídio (ou sua tentativa) é uma questão complexa e multifacetada, e cada indivíduo enfrenta desafios únicos. Nesse contexto, compartilhar histórias pessoais de superação desempenha um papel vital. Grupos de apoio, então, são essenciais.
O autor deste artigo também tem sua própria história pessoal a compartilhar. Enfrentando momentos extremamente difíceis, ele já tentou retirar sua vida em duas ocasiões. Hoje, ele está em um processo de recuperação dentro de uma clínica psiquiátrica, destacando a importância de buscar ajuda e apoio quando se está em crise.*
Conclusão
O “Setembro Amarelo” é um mês de reflexão e ação, um lembrete de que a prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos nós. A tecnologia desempenha um papel fundamental na identificação precoce e na oferta de apoio a pessoas em risco. As iniciativas de empresas como o Google são passos importantes na direção certa.
Além disso, é crucial reconhecer que o suicídio é influenciado por diversos fatores complexos, e a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para abordá-los. Ao compartilhar histórias pessoais de superação, podemos inspirar esperança e mostrar que a recuperação é possível, mesmo nos momentos mais sombrios. Juntos, podemos trabalhar para tornar o “Setembro Amarelo” um mês de solidariedade, resiliência e prevenção do suicídio.
De qualquer forma, lembremos sempre: a tecnologia é apenas uma aliada. Procure imediatamente um profissional qualificado se qualquer sentimento que atente contra sua vida passe por sua mente.
*O autor escreveu este artigo durante sua internação no final de agosto de 2023, dentro do P.A.I, núcleo especializado em atendimento psiquiátrico do Hospital São Francisco na Providência de Deus, no Rio de Janeiro, a quem agradece por todo tratamento recebido da equipe de profissionais. Hoje, encontra-se estabilizado, fora do hospital, com sua rede de apoio.
Texto originalmente publicado no site Pressenza – International Press Agency.