Hospital São Francisco cria política de inclusão

Hospital São Francisco cria política de inclusão

Todos os caminhos levam à inclusão. Assim como o Papa Francisco se mostrou preocupado com as questões da diversidade social na Igreja no Sínodo dos Bispos, realizado esta semana no Vaticano, a direção e colaboradores do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF) também estão se organizando para tornar o ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo. O HSF foi visitado pelo Papa Francisco por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, há dez anos.

Para isso, a direção da unidade está criando o Comitê de Diversidade, que vai discutir políticas para promover maior bem-estar social no ambiente de trabalho, visando dar mais atenção a questões relacionadas a diferentes grupos, como mulheres, negros, LGBTQIAPN+ e pessoas acima de 50 anos.

Durante o mês de setembro, entre os dias 20 e 21, foram realizadas palestras para os colaboradores sobre a criação do comitê e seus objetivos, como sensibilizar e conscientizar os mesmos sobre os conceitos de diversidade e seus impactos na sociedade e, principalmente, a respeito de como criar espaços mais inclusivos. Além disso, foram abertas inscrições para quem quisesse participar do planejamento e execução de ações de inclusão dentro do hospital.

Segundo a analista de treinamento do Recursos Humanos do hospital, Yara Domingos, só para a primeira reunião do comitê, que acontece na terceira semana de outubro, foram inscritos 15 colaboradores do hospital. A unidade tem cerca de 1.300 colaboradores.

“Vai ser nosso primeiro encontro, onde as pessoas terão oportunidade de levar suas demandas e sugestões para melhorar o dia a dia do hospital. A ideia é agendar uma reunião mensal para que a gente possa discutir e avaliar o ambiente de trabalho, promover campanhas e debates. Queremos que os colaboradores também se sintam parte integrante, participante e ativa da vida do hospital”, disse Yara Domingos.

Para o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro, é preciso abraçar a todos, sem distinção. “Afinal, só com união e acolhimento construiremos um ambiente salutar”, diz. E complementa lembrando uma frase de São Francisco de Assis: “Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente estruído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.”

Hospital São Francisco realiza Semana de Conscientização à Vida

Hospital São Francisco realiza Semana de Conscientização à Vida

Em sua quarta edição, evento traz questões relacionadas a doação de órgãos, saúde mental e segurança do paciente

Temas como doação de órgãos, prevenção ao suicídio e segurança do paciente foram discutidos na Semana de Conscientização à Vida, promovida pelo Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ), nos dia 26 a 28 de setembro. Esta foi a quarta edição do evento que todo ano conta com palestras dos profissionais do HSF e especialistas convidados. Dando início à Semana, o arcebispo do Rio de Janeiro, Orani Tempesta celebrou uma missa em ação de graças aos doadores e pacientes transplantados, uma vez que o serviço de transplantes prestado pelo hospital à pacientes do SUS é uma referência nacional e que já beneficiou 600 pacientes.

Abrindo o ciclo de palestras, as enfermeiras Viviane Solis e Patrícia Lamiz, representantes da OPO Norte, falaram sobre a busca ativa de doadores de órgãos e os principais desafios. “O que a gente quis trazer hoje para os nossos colaboradores foi toda a trajetória da doação de órgãos. Mostrando que a busca ativa é o início de tudo. A gente quis mostrar cada passo do protocolo de morte encefálica, evidenciando como o acolhimento familiar é fundamental nesse processo. E como o colaborador pode trazer esse familiar para ele. Acho que isso é um ponto-chave nessa questão”, destacou Viviane, que também é integrante da Pastoral da Saúde do hospital.

Seguindo a temática de doação de órgãos, Amanda Dutra, plantonista da Sala Vermelha e Rotina Médica do Hospital Estadual Getúlio Vargas, destacou a importância de se ter consciência do protocolo de morte encefálica. “Para gente pensar em doação de órgãos, primeiro é preciso ter um diagnóstico para dar andamento nesse processo. E o protocolo que a gente tem no Brasil é um dos mais rigorosos do mundo, porém necessário para que a gente realmente tenha confiança sobre o diagnóstico de morte encefálica. O Estado oferece esse suporte através da Central de Transplantes para que a gente execute o protocolo de morte encefálica. E acho importante que todas as equipes tenham consciência desse processo, porque é uma coisa que não só é uma notificação compulsória, faz parte da nossa legislação, mas que também otimiza todos os recursos dentro da Unidade de Terapia Intensiva”, declarou a médica.

Para Louise Xavier, estagiária do setor de Psicologia do Polo de Atenção Integral Papa Francisco (PAI), serviço do próprio Hospital, “conhecer como é feito o diagnóstico de morte encefálica, como colocar isso pra família, como lidar com o luto que ela vai estar passando e como poder abordar da melhor maneira possível, deixa a gente um pouco mais preparado e com uma escuta mais afiada para poder entender o que vai ser melhor para aquela família e como que a gente, enquanto equipe, pode melhorar esse processo de luto para que a experiência não seja muito traumática”, sinalizou.

Dentro da temática, ainda tiveram as palestras ‘O Processo de Luto x Doação de Órgãos’, com a enfermeira Mayla Cardoso, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein; ‘Manutenção de Potencial Doador’, com o enfermeiro Márcio Gomes, especialista regional de transplante – Contatti; ‘Processo de Captação Do Órgão’, com Fabrício Oliveira, coordenador de Atenção Especializada e Gestão de Tecnologia da Secretaria de Estado de Saúde/RJ, e ‘Acolhimento Familiar x Entrevista Familiar’, com Juliana Aguiar, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Para contemplar o setembro amarelo, a coordenadora de Segurança Pública e Saúde do Trabalhador do Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), Meire Christine Souza trouxe a questão da saúde mental dos agentes de segurança pública. “Dentro do contexto de prevenção do suicídio, a palavra ‘conscientização à vida’ traz um alerta: falar sobre o tipo de ambiente de trabalho que está sendo nocivo à saúde e que impacto isso pode trazer a integridade física e mental. Pensando e identificando isso, é preciso pensar em uma política de promoção de saúde e segurança do trabalho, para esse tipo de profissional” destacou.

Com o tema ‘Da Vulnerabilidade Social à Vulnerabilidade Psíquica: Uma Proposta de Cuidado em Saúde Mental’, as palestrantes Grazielle Nogueira e Gabriella Pacífico representantes da Instituição Favelaterapia, enfatizaram a saúde mental das favelas e das periferias do Rio de Janeiro. “Falar sobre esse tema é falar um pouco sobre as violências psíquicas que sofremos. E também nos dá a oportunidade de refletir como a sociedade lida com a saúde mental das pessoas que estão sendo constantemente vulnerabilizadas. E aí entende-se a vulnerabilidade como ausência de coisas, seja ausência de expressão, de identidade, e as questões do racismo de gênero, da sexualidade… Esses contextos e vulnerabilidades nos atravessam e faz com que a gente se expresse de uma forma negativa ou positiva no mundo. Por isso é importante a gente trazer essas questões e promover esse exercício de enxergar o outro e tratar o indivíduo com mais empatia, respeito e amor”, sinalizou.

Ainda dentro desse tema, a clínico geral Vivian Borgert, da Instituição Favelaterapia, fez uma apresentação sobre a vulnerabilidade psíquica e social das pessoas LGBTQIAPN+. “Dentro da sociedade em que vivemos, ainda há dificuldades de entender as pessoas LGBTQIAPN+ e eu quis trazer uma abordagem com relação aos direitos desta população como pessoas diferentes, mas que ao mesmo tempo têm que ser respeitadas como indivíduos. E esses indivíduos têm suas singularidades e particularidades em relação à saúde mental, porque existem estressores que acabam gerando depressão, ansiedade, transtorno do pânico, transtornos alimentares, tentativas de suicídio, entre outros. Os dados mostram a invisibilidade dessas pessoas no acesso à justiça, a proteção dos seus direitos, o atendimento à saúde e como essas questões são subestimadas. É preciso conversar, entender e atender todas as pessoas”.

A coordenadora do serviço de Psicologia, Caroline Oertel, alegou que todas palestras do segundo dia se complementam, uma vez que falam sobre situações de agressividade, violência social, de um contexto de vulnerabilidade e como isso atravessa a população. “A gente sabe que dentro desses contextos a gente também vive isso dentro da nossa realidade, seja do hospital, com o nosso público interno, seja com o nosso público externo, com as pessoas que frequentam o nosso hospital. E para a gente é muito importante trazer essa reflexão, essa consciência para os nossos colaboradores, para que a gente consiga aproximá-los dessa realidade.”

Outros assuntos também discutidos foram ‘Tecnologia e Suicídio’, com o psicanalista e historiador Diego Nunes, editor-chefe da Revista Círculo de Giz, e ‘Suicídio e Dependência Química: Um Diálogo Multidisciplinar’, com a equipe multidisciplinar do PAI/HSF.

E abarcando o tema segurança do paciente, o diretor Regional da MedSênior-RJ, Carlos Lobbé: “A instituição precisa entregar aquilo que prometeu. A entrega é o paciente sair da instituição melhor do que entrou ou curado. Qualquer coisa diferente disso, nós falhamos enquanto instituição. E se a gente falhar, nós somos considerados incompetentes. Se você realiza isso com protocolo, você uniformiza as entregas e melhora todo o fluxo porque se criou um processo. E toda vez que você visita esse processo você faz com que ele seja mais seguro para seu paciente. Essa padronização dos procedimentos diminui a mortalidade. Por isso, o profissional precisa estudar e conhecer o padrão de serviço mais seguro para o paciente”, enfatizou Lobbé, que é professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Com a palestra ‘Segurança do Paciente como Estratégia Institucional’, a fisioterapeuta Roberta Privitera Torquato, diretora da Qualyserv Consultoria, destacou os quatro eixos para a segurança do paciente: os protocolos gerenciados, as políticas e os registros da instituição e mais as metas internacionais de segurança do paciente. “Cada um desses pilares faz com que a gente trabalhe de uma forma mais organizada com o objetivo de alcançar um bom resultado. Mesmo conhecendo todas as metas de segurança, mesmo realizando treinamento de tempos em tempos, ainda assim são cometidos alguns erros. E isso é extremamente prejudicial ao paciente. Por isso é importante a gente falar sobre o assunto e estar atento aos processos de assistência. O mundo inteiro investe nas seis metas internacionais de segurança e existe um plano de ação global, que começou em 2021 e vai até 2030, para que a gente consiga reduzir todos os eventos relacionados às falhas do processo. É preciso que todo mundo esteja atento a isso e colabore no sentido de diminuir as falhas relacionadas à assistência do paciente.”

Trazendo a questão da participação da família na segurança do paciente, Glaucia Cerqueira, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Quinta D’or, lembrou que a segurança é tornar o paciente e o familiar como membro da equipe de assistência. “Uma vez que você coloca os dois como membro da equipe, há maior adesão ao tratamento, pessoas com mais clareza ao que está sendo feito. Com isso, temos pessoas menos demandantes, mais esclarecidas e que vão colaborar melhor no cuidado deste paciente ou que vão ajudar a equipe quando algo diferente acontecer do que foi previsto”, defendeu.

As enfermeiras de qualidade do HSF, Thatiana de Freitas e Luana da Mata Corrêa, lembraram que o objetivo do evento foi fazer a sensibilização de todos os colaboradores, independente da área. “As pessoas focam muito na parte assistencial, mas toda equipe multidisciplinar de apoio, seja pessoal da higiene, manutenção, nutrição, recepção, entre outros, precisam estar incluída nessa sensibilização sistêmica. Todos são responsáveis pela segurança do paciente. Cada um precisa entender que é responsável pela entrega final do paciente”, destacou Thatiana. “É importante reforçar com os colaboradores o papel da família dentro do processo de cuidado, que ela não está ali para se intrometer no trabalho, ela está ajudando na prevenção de acidentes”, lembrou Luana.

‘A Importância do Cuidado Seguro no Processo de Internação: O Que o Paciente Leva de Experiência sobre a Segurança do Paciente’ e “’A Inclusão do Paciente no Cuidado’, foram as palestras ministradas, respectivamente, pela psicóloga e neuropsicóloga Merilin Albuquerque e Gabriel Farias, consultor em Qualidade e Gestor Médico do Hospital e Clínica São Gonçalo. O encerramento do evento foi um momento de reflexão com a mesa redonda multiprofissional ‘Amplifique a Voz do Paciente’.

Para o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro, ao promover debates de tamanha relevância para profissionais da saúde, “o Hospital São Francisco na Providência de Deus mostra o quanto alia cuidado humanizado com processos assistenciais e administrativos de excelência que colocam o paciente no centro do cuidado”.

Hospital São Francisco na Providência de Deus e PUC-Rio celebram parceria na assistência à saúde

Hospital São Francisco na Providência de Deus e PUC-Rio celebram parceria na assistência à saúde

O Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) assinaram na última quinta (28) um termo de intenção para atuação conjunta na área da assistência à saúde. Com isso, o hospital passa a ser referência para o curso de Medicina que a universidade pretende abrir em breve. O acordo foi assinado entre o reitor da PUC-Rio, professor Padre Anderson Antonio Pedroso, e o Frei Francisco Belotti, fundador e presidente da Associação e Fraternidade São Francisco na Providência de Deus, gestora do Hospital.

O diretor geral do HSF entende que a parceria trará avanços na área de ensino e pesquisa, especialmente. “Teremos um ganho técnico grande para todos os profissionais do hospital, o que vai refletir na qualidade assistencial para os nossos pacientes. São eles o propósito da nossa gestão”, diz Frei Nicolau Castro.

“A sinergia entre a PUC-Rio e a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, que administra o hospital, são extremamente profícuas. O Hospital São Francisco poderá ser reconhecido como hospital de ensino, capaz de apoiar a formação médica proposta pela PUC-Rio, formando um indivíduo e profissional capaz de compreender toda a complexidade do sistema de saúde em que atua, que reflete a imensa desigualdade social existente em todo o país, e que acaba sendo mais contundente em grandes metrópoles, como o Rio de Janeiro”, completa o reitor da PUC-Rio.

O diretor administrativo do HSF, Márcio Nunes, explica que as duas instituições estão realizando os trâmites regulatórios junto aos órgãos competentes e que, em breve, o HSF irá se tornar oficialmente um hospital universitário vinculado à PUC-Rio. Ele diz que a parceria irá abranger outros cursos além do de Medicina. “A ideia não é só ficar com a atuação em saúde, é avançar com os outros cursos e trazê-los para dentro do hospital, como o de tecnologia, nutrição, psicologia, serviço social e outros. Nosso intuito é incentivar estudos e pesquisas que propiciem melhora na assistência e nos processos de saúde”, adianta Nunes. “Temos que lembrar que a Associação São Francisco tem um forte trabalho social, como os barcos-hospitais na região Amazônica e o projeto em tribos indígenas. A proposta é que os alunos do curso de Medicina possam vivenciar as nossas obras na região Amazônica”, salienta.

O Hospital São Francisco na Providência de Deus possui 8 prédios e capacidade de 850 leitos (261 ativos, atualmente). Guilherme Costa, diretor médico do hospital, reforça que todos os serviços prestados atualmente, como os convênios com as operadoras de saúde e com o SUS, continuam mantidos: “Hoje, mais de 70% dos atendimentos são feitos a pacientes do SUS. Nossos serviços de cirurgia bariátrica e transplantes de renal e hepáticos são referências no país. A parceria com a PUC não altera a prestação dos nossos serviços. Nossos pacientes continuarão recebendo o atendimento assistencial diferenciado que qualificou nosso hospital no mercado”.

Hospital São Francisco na Providência de Deus sedia evento inédito e gratuito no Rio de Janeiro sobre cirurgia bariátrica

Hospital São Francisco na Providência de Deus sedia evento inédito e gratuito no Rio de Janeiro sobre cirurgia bariátrica

Doença gordurosa do fígado é o tema central do evento

Evento científico que já faz parte da agenda de cirurgiões bariátricos e equipes multidisciplinares que acompanham pacientes com obesidade, o Metabólica será realizado pela primeira vez no Rio de Janeiro, nos dias 29 e 30 de setembro. A versão carioca do evento, que será realizada no Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ), conta com a organização do cirurgião Fernando de Barros, que coordena o serviço de cirurgia bariátrica da unidade voltada a pacientes SUS e encaminhados pela Central Estadual de Regulação. “É com muita alegria que estamos realizando este importante encontro para troca de conhecimentos e experiências em uma programação voltada para cirurgiões bariátricos, hepatologistas, endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais da saúde, além de residentes, pós-graduandos e alunos de graduação. Promovê-lo em nosso hospital é um reconhecimento da estrutura e do que estamos realizando aqui no HSF, já que realizamos 600 procedimentos em um pouco mais de um ano”, afirma Barros. O evento tem realização da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus e do Hospital São Francisco na Providência de Deus, com apoio do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Esta edição do Metabólica tem como tema central a doença hepática gordurosa, muito comum em pacientes portadores de obesidade e/ou diabetes tipo 2. “Não é exagero dizer que esta condição está se tornando uma ameaça crescente à saúde mundial. A incidência já chega a um quarto da população global. Em pessoas com síndrome metabólica e obesidade os números são ainda mais alarmantes, podendo chegar a 90% de incidência”, alerta o especialista, que é professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal Fluminense e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Barros frisa que, na maioria das vezes, a esteatose hepática avança de forma silenciosa e os sintomas só se manifestam nas fases terminais. “Esta doença está projetada para ser a causa mais comum de transplante de fígado devido à cirrose (grau terminal de fibrose). A única maneira que temos atualmente para frear a evolução dela de forma efetiva é a cirurgia bariátrica e metabólica, conforme apresentado no último congresso mundial, na Itália, em um estudo conhecido como BRAVES. O estudo compara dois tipos de cirurgia bariátrica e metabólica com apenas mudança do estilo de vida, dieta e medicações. Ambos os grupos de cirurgia tiveram melhores desfechos no primeiro ano, com diminuição expressiva da fibrose avançada. Por esta razão, precisamos fazer este alerta e discutir formas de combater o problema”, acrescenta.

A programação

O congresso terá a participação de mais de 40 especialistas de todo o país. “Teremos diversos médicos que atuam no Rio de Janeiro e também especialistas de diversos estados. Vamos contar com representantes de Rondônia, Amapá, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná, de onde vem o atual presidente da SBCBM, Antonio Carlos Valezi”, adianta Barros. A programação terá aulas teóricas na parte da manhã, com apresentação de hepatologistas, cirurgiões, patologistas e gastroenterologistas e a realização de cirurgias e exames de elastografia hepática que serão transmitidos ao vivo na parte da tarde. “Nestes dois dias também iremos operar 12 pacientes que já fizeram toda a avaliação pré-operatória para a realização da bariátrica, além da investigação minuciosa da doença hepática gordurosa por meio de exames de laboratório e de elastografia com o aparelho de última geração chamado Fibroscan Smart. O ponto alto será a utilização deste equipamento que permite avaliar a consistência do fígado. Com ele é possível verificar o grau de fibrose, a cirrose e também a quantidade de gordura no fígado de forma rápida e indolor”, adianta Barros.

Para o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro, “a realização deste grande evento científico com a participação de tantos especialistas convidados reforça o nosso compromisso com a saúde e o bem estar dos nossos pacientes e representa a busca contínua pela melhoria dos serviços prestados e pela atualização de conhecimentos do nosso corpo assistencial”.

As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas pelo link bit.ly/metabolica-rio.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Metabólica Rio

Local: Auditório do Hospital São Francisco na Providência de Deus

Rua Conde de Bonfim, 1.033 – Tijuca

Dia 29/09/2023 – Sexta-feira

8h – Café de boas-vindas

8h30 – Abertura

MESA 1: O que o cirurgião precisa saber sobre MASLD (Metabolic Associated Steatotic Liver Disease)

Presidente: Dra. Claudia Cristina de Sousa (RJ)

Debatedores: Dr. Anderson Brito (RJ), Dr. Luiz Fernando Córdova (DF), Tiago Szego (SP)

8h45 – 9h – Mecanismos fisiopatogênicos da MASLD – Dra. Luciana El-Kadre (RJ)

9h – 9h15 – O que o cirurgião precisa saber da histopatologia? – Dra. Vania Pannain (RJ)

9h15 – 9h30 – MACE (Major Adverse Cardiovascular Events): o raciocínio do hepatologista durante o tratamento da MASLD deve mirar estes desfechos? – Dra. Nathalie Carvalho Leite (RJ)

9h30h – 9h45 – Uso de inibidores de GLP1 e i-SGLT2 na doença hepática gordurosa – Dra. Cristiane Alves Vilella Nogueira (RJ)

9h45 – 10h – Cirrose hepática por MASLD e CHC, onde estamos? – Dr. Henrique Sérgio Coelho (RJ)

10h – 10h30 – Discussão

10h30 – 11h – Coffee break

MESA 2: Cirurgia metabólica para MASLD

Presidente: Dr. Fabio Viegas (RJ)

Debatedores: Dr. Antonio Carlos Valezi (PR), Dr. Fabio Almeida (SE), Dr. Luiz Alfredo (RJ)

11h – 11h15 – Existem evidências para cirurgia metabólica para tratar MASLD em pacientes com IMC < 35? – Dr. Eudes Godoy (RN)

11h15 – 11h30 – O tamanho das alças de disabsorção importam para um paciente com MASLD avançada? – Dr. Nilton Kawahara (SP)

11h30 – 11h45 – Cirurgia bariátrica no paciente cirrótico – Dr. Gustavo Peixoto (ES)

11h45 – 12h – Transplante de fígado e cirurgia bariátrica – Dr. Fernando de Barros (RJ)

12h – 12h30 – Discussão de casos

13h – 18h – CIRURGIAS / EXAMES AO VIVO

Dia 2 – 30/09/2023 – Sábado

8h – Café de boas-vindas

MESA 3: Abordagem Pré-operatória da MASLD (Metabolic Associated Steatotic Liver Disease)

Presidente: Dr. Guilhermino Nogueira (PE)

Debatedores: Dr. René Berindoague (MG), Dr. Juliano Canavarro (MT), Dr. Luis Gustavo de Oliveira e Silva (RJ)

8h45 – 9h – Preparo pré-operatório para esteatose metabólica, o que temos para fazer? – Dra. Ana Carolina (DF)

9h – 9h15 – Alvos metabólicos para a otimização da função hepática – Dra. Samara Farias (RJ)

9h15 – 9h30 – Quando devemos pensar em fazer a biópsia hepática? – Dr. Almino Ramos (SP)

9h30 – 9h45 – Avaliação da MASLD com FibroScan® – Dra. Thais Guaraná (RJ)

9h45 – 10h – Exames de imagem para avaliação de MASLD – Dr. Rômulo Coelho (RJ)

10h – 10h30 – Discussão

10h30 – 11h – Coffee break

MESA 4: Cirurgia bariátrica e MASLD

Presidente: Dr. Felipe Rossi (SP)

Debatedores: Dr. Andrey Carlos (SP), Dr. Thiago Patta (RO), Dr. Carlos Domene (SP)

11h – 11h15 – Tips and Tricks para manusear hepatomegalia volumosa – Dr. Vinicius Reis (AP)

11h15 – 11h30 – Cirurgia em dois tempos para pacientes com doença hepática graves, faz sentido? – Dr. Álvaro Albano (BA)

11h30 – 11h45 – Critérios para a escolha da técnica, a MASLD interfere? – Dr. Guilherme Bassols (RS)

11h45 – 12h – Trombose porto mesentérica pós cirurgia bariátrica – Dr. Juliano Canavarros (MT)

12h – 12h30 – Discussão de casos

13h – 18h – CIRURGIAS / EXAMES AO VIVO

 

Doação de órgãos, saúde mental e segurança do paciente são temas da Semana de Conscientização à Vida do Hospital São Francisco-RJ

Doação de órgãos, saúde mental e segurança do paciente são temas da Semana de Conscientização à Vida do Hospital São Francisco-RJ

Missa em ação de graças a pacientes transplantados será celebrada pelo Arcebispo do Rio

Uma celebração à vida dos 289 pacientes transplantados no último ano no maior centro referenciado em transplantes renal e hepático do Rio de Janeiro, o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ). É com a bênção do Cardeal Orani João Tempesta que se inicia, no próximo dia 25 às 9h, a terceira Semana de Conscientização à Vida, que conta com uma programação de palestras e mesas redondas sobre temas relevantes e um time de especialistas convidados. “Setembro é um mês com datas importantes na área da saúde, como doação de órgãos, segurança do paciente e saúde mental. “Além de termos forte atuação em transplantes hepáticos e renais no estado do Rio de Janeiro, como aponta a própria ABTO, sediamos a Organização de Procura de Órgãos (OPO) Norte, que é o braço da Central Estadual de Transplantes, responsável pela captação de órgãos para transplantes. Entendemos que incentivar a doação de órgãos e mostrar como essa ação pode salvar diversas vidas é um compromisso nosso”, diz o diretor geral do HSF, Frei Nicolau Castro. Ele adianta que outro tema de destaque do evento é a saúde mental. “Esse é outro ponto forte de nossa unidade que faz atendimento especializado no Polo de Atenção Integral à Saúde Mental, o PAI, um legado da visita do Papa Francisco, e teremos ainda um dia dedicado à uma questão fundamental que é a segurança do paciente”, complementa o diretor.

A abertura oficial acontece dia 26 às 8h30 e a palestra de abertura fica a cargo das representantes da OPO Norte, as enfermeiras Viviane Solis e Patrícia Lamiz e integrantes da Pastoral da Saúde, que vão apresentar o tema ‘Busca Ativa: um desafio diário’. Serão discutidos ainda temas relacionados ao processo de doação de órgãos, protocolo de morte encefálica, o processo de captação de órgãos e a difícil tarefa de lidar com os familiares de um potencial doador de órgãos.

Ao elaborar a programação do ciclo de palestras do dia 27, a gerente do PAI e da Comunidade Terapêutica Santa Clara, a psicóloga Caroline Oertel, buscou aprofundar as questões relacionadas ao adoecimento psíquico e social. “Além dos temas frequentes no Setembro Amarelo, como o tabu e a importância de se falar sobre suicídio, sinais e sintomas, propomos uma reflexão sobre o que está acontecendo no mundo e de que forma isso impacta na saúde mental e no ato do suicídio. Nestas palestras, quero levar o público a pensar nas pessoas em situação de discriminação social, como a comunidade LGBTQIAPN+, como elas estão adoecidas. Vamos ter também uma palestra com o tema das novas tecnologias e as plataformas digitais que têm conteúdos que promovem o adoecimento e vamos falar ainda sobre a dependência química e como ela se relaciona com o suicídio, que é um tema pouco explorado”, destaca Caroline.

A segurança do paciente é o tema que encerra a programação da Semana. “Iremos abordar o tema eleito pela Organização Mundial da Saúde para 2023: ‘Engajando o paciente para a segurança do paciente’, muito relevante e oportuno quando desejamos trabalhar em prol da atenção centrada no cuidado ao paciente e oferecer uma assistência mais segura. Estudos demonstram que a participação do paciente no seu próprio cuidado reflete bons resultados na segurança da assistência. Para esse dia, convidamos palestrantes renomados nesse assunto”, esclarece a coordenadora de Qualidade do HSF, Thayana Akamine.

Ação Social

Diferentemente dos anos anteriores, a Semana de Conscientização à Vida terá um valor simbólico para participação. “Colocamos valor de R$70 na inscrição para os três dias de programação. O valor arrecadado será destinado à Missão Amor que Cura, projeto social criado no hospital e mantido com a ajuda de voluntários. O valor arrecadado será destinado à compra de refeições, de materiais básicos de saúde e de produtos de primeira necessidade às pessoas mais necessitadas”, esclarece o Frei.

As inscrições podem ser feitas no link: 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Dia 26/09

08h – Entrega das credenciais.

08h30 – Abertura – Frei Nicolau Castro (Diretor-geral do HSF)

08h45 – Palestra “Busca Ativa: Um Desafio Diário”, com as enfermeiras Viviane Solis e Patrícia Lamiz, da OPO Norte/HSF e representantes da Pastoral da Saúde/HSF.

10h – Palestra “O Processo de Luto x Doação de Órgãos”, com a enfermeira Mayla Cardoso, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

11h – Palestra “Protocolo de Morte Encefalica”, com a médica Amanda Dutra, plantonista da Sala Vermelha e Rotina Médica do Hospital Estadual Getúlio Vargas.

13h30 – Palestra “Manutenção de Potencial Doador”, com o enfermeiro Márcio Gomes, especialista regional de transplante – Contatti.

14h30 – Palestra “Processo de Captação Do Órgão”, com Fabrício Oliveira, Coordenador de Atenção Especializada e Gestão de Tecnologia-Secretaria de Estado de Saúde/RJ.

15h30 – Palestra “Acolhimento Familiar x Entrevista Familiar”, com Juliana Aguiar, especialista em doação, captação e transplante de órgãos pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

Dia 27/09

08h – Entrega das credenciais.

08h15 – Abertura, com a psicóloga Caroline Oertel, Gerente do PAI e da Comunidade Terapêutica Santa Clara/HSF.

8h30 – Palestra “Suicídio: Informando Para Prevenir”, com o psicólogo Sergio Davico, especialista em transtornos adictivos.

09h15 – Palestra “Atenção à Saúde Mental dos Aģentes de Segurança Pública”, com Meire Christine Souza, Coordenadora de Segurança Pública e Saúde do Trabalhador do Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio – IPPES.

10h30 – Palestra “Da Vulnerabilidade Social à Vulnerabilidade Psíquica: Uma Proposta de Cuidado em Saúde Mental”, com Grazielle Nogueira, Gabriella Pacífico e Vivian Borgert, representantes da Instituição Favelaterapia.

14h – Palestra “Tecnologia e Suicídio”, com o psicanalista e historiador Diego Nunes, editor-chefe da Revista Círculo de Giz.

14h45 – Palestra “Suicídio e Dependência Química: Um Diálogo Multidisciplinar”, com a equipe multidisciplinar do PAI (Polo de Atenção Integral Papa Francisco/HSF).

Dia 28/09

08h30 – Entrega das credenciais.

08h45 – Abertura, com Thayana Akamine, Coordenadora da Qualidade/HSF.

09h – Palestra “Segurança do Paciente e Eu! Qual o meu Papel nessa História?”, Com Carlos Lobbé, Diretor Regional da MedSênior/RJ.

10h – Palestra “Segurança do Paciente como Estratégia Institucional”, com a fisioterapeuta Roberta Privitera Torquato, Diretora da Qualyserv Consultoria.

11h – Palestra “Sensibilização da Família nos Cuidados em Segurança do Paciente”, com a psicóloga Glaucia Cerqueira, Coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Quinta D’or.

13h30 – Palestra “A Importância do Cuidado Seguro no Processo de Internação: O Que o Paciente Leva de Experiência sobre a Segurança do Paciente”, com a psicóloga e neuropsicóloga Merilin Albuquerque.

14h30 – Palestra “A Inclusão do Paciente no Cuidado”, com Gabriel Farias, Consultor em Qualidade e Gestor Médico do Hospital e Clínica São Gonçalo.

15h30 – Momento de Reflexão com a Mesa Redonda Multiprofissional – “Amplifique a Voz do Paciente”

Setembro Amarelo – A Luta Pela Vida e a Tecnologia como Aliada

Setembro Amarelo – A Luta Pela Vida e a Tecnologia como Aliada

Por Raphael Pinheiro

Para alguns, infelizmente, a saúde mental ainda é um tabu, mas iniciativas como o Setembro Amarelo têm o poder de gerar a conscientização para a luta contra o suicídio.

Neste mês de setembro, as redes sociais e os espaços públicos estão tingidos de amarelo, mas não para celebrar a chegada da primavera ao fim do mês. É o “Setembro Amarelo”, um mês dedicado à prevenção do suicídio, uma questão de saúde mental grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste artigo, vamos explorar como a tecnologia desempenha um papel fundamental na batalha contra esse flagelo e como grandes empresas, como o Google, estão se mobilizando para combater esse problema de saúde pública.

O Google e Sua Política de Prevenção de Suicídio

No cenário digital de hoje, onde a informação é obtida rapidamente com apenas alguns cliques, as gigantes da tecnologia desempenham um papel crucial na disseminação de informações e na identificação de comportamentos preocupantes. O Google, um dos líderes globais em busca na internet, tem investido recursos significativos na prevenção do suicídio.

Uma de suas iniciativas mais notáveis é o algoritmo que detecta buscas relacionadas ao suicídio. Quando alguém faz uma busca que sugira que está considerando o suicídio, o Google apresenta informações úteis e, em alguns casos, sugere entrar em contato com organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV). Essa função é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para alcançar pessoas em situações de risco quando elas mais precisam.

A Complexidade dos Motivos Por Trás do Suicídio

Para compreender plenamente a importância da tecnologia na prevenção do suicídio, é crucial entender os diversos fatores que podem levar alguém a considerar essa triste “alternativa”. A seguir, examinaremos, ainda que superficialmente, algumas das razões mais comuns que podem desencadear pensamentos e comportamentos suicidas:

  • Desilusão Amorosa: O término de um relacionamento de forma abrupta pode abalar profundamente o estado emocional de uma pessoa. A sensação de solidão, abandono e o sentimento de perda podem ser devastadores, levando algumas pessoas a pensar no suicídio como uma fuga da dor emocional. Nesse contexto, a pessoa fragilizada pode se sentir completamente desamparada e incapaz de imaginar um futuro sem a presença daquele terceiro, que era central em sua vida. Essa desesperança e a dor avassaladora podem levar ao pensamento suicida ou sua concretização.
  • Ambiente de Trabalho Tóxico: Pressão excessiva por metas irrealistas, prazos apertados e demandas de trabalho desproporcionais podem sobrecarregar os funcionários, levando ao estresse crônico. Supervisores ou gerentes que adotam práticas de gestão inadequadas, como abuso verbal, favoritismo ou falta de comunicação, podem eventualmente criar um ambiente hostil e desmotivador. O assédio, a discriminação e inseguranças trabalhistas também contribuem para ampliação do esgotamento e o desenvolvimento da depressão, criando um terreno fértil para pensamentos suicidas.
  • Depressão: A depressão, por vezes associadas a outros transtornos, é uma das principais causas de suicídio em todo o mundo. Os sintomas incluem profunda tristeza, apatia, isolamento e sentimentos de desesperança. A tecnologia de monitoramento pode ajudar a identificar esses sinais e direcionar as pessoas para o apoio necessário.
  • Problemas Familiares: Conflitos familiares, abuso doméstico e falta de suporte emocional podem ser desencadeadores do suicídio. Sentimentos de desespero podem surgir quando alguém se sente preso em uma situação insustentável por laços sanguíneos ou afetivos.
  • Abuso de Substâncias: O abuso de álcool e drogas muitas vezes está associado ao suicídio. O uso dessas substâncias pode diminuir os inibidores naturais que impedem o suicídio, tornando-o mais provável em momentos de crise.

A Tecnologia como Ferramenta de Prevenção

Além das políticas e algoritmos de prevenção implementados pelo Google, a tecnologia oferece outras ferramentas essenciais na luta contra o suicídio:

  • Chatbots de Apoio Emocional: Chatbots e assistentes virtuais podem fornecer apoio emocional imediato a qualquer hora do dia. Eles podem ser programados para oferecer informações sobre serviços de prevenção do suicídio e até mesmo ouvir desabafos.
  • Monitoramento de Mídias Sociais: Algoritmos de inteligência artificial podem analisar postagens em mídias sociais em busca de sinais de comportamento suicida. Isso permite que as plataformas identifiquem pessoas em risco, mesmo que elas não busquem ajuda diretamente.
  • Aplicativos de Saúde Mental: Aplicativos projetados para monitorar o bem-estar emocional e mental podem ajudar as pessoas a rastrear seus estados de ânimo e pensamentos negativos. Essas ferramentas também podem fornecer sugestões para melhorar o estado de ânimo e reduzir o estresse.
  • Conscientização Online: A internet é um poderoso meio de conscientização e educação sobre saúde mental e prevenção do suicídio. Vídeos, artigos e podcasts informativos podem alcançar um público amplo e fornecer informações úteis.
  • Telemedicina: Hoje já é possível receber orientação psiquiátrica ou psicológica a distância, sem necessidade de deslocamentos.

Compartilhando experiências

É importante lembrar que o suicídio (ou sua tentativa) é uma questão complexa e multifacetada, e cada indivíduo enfrenta desafios únicos. Nesse contexto, compartilhar histórias pessoais de superação desempenha um papel vital. Grupos de apoio, então, são essenciais.

O autor deste artigo também tem sua própria história pessoal a compartilhar. Enfrentando momentos extremamente difíceis, ele já tentou retirar sua vida em duas ocasiões. Hoje, ele está em um processo de recuperação dentro de uma clínica psiquiátrica, destacando a importância de buscar ajuda e apoio quando se está em crise.*

Conclusão

O “Setembro Amarelo” é um mês de reflexão e ação, um lembrete de que a prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos nós. A tecnologia desempenha um papel fundamental na identificação precoce e na oferta de apoio a pessoas em risco. As iniciativas de empresas como o Google são passos importantes na direção certa.

Além disso, é crucial reconhecer que o suicídio é influenciado por diversos fatores complexos, e a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para abordá-los. Ao compartilhar histórias pessoais de superação, podemos inspirar esperança e mostrar que a recuperação é possível, mesmo nos momentos mais sombrios. Juntos, podemos trabalhar para tornar o “Setembro Amarelo” um mês de solidariedade, resiliência e prevenção do suicídio.

De qualquer forma, lembremos sempre: a tecnologia é apenas uma aliada. Procure imediatamente um profissional qualificado se qualquer sentimento que atente contra sua vida passe por sua mente.

*O autor escreveu este artigo durante sua internação no final de agosto de 2023, dentro do P.A.I, núcleo especializado em atendimento psiquiátrico do Hospital São Francisco na Providência de Deus, no Rio de Janeiro, a quem agradece por todo tratamento recebido da equipe de profissionais. Hoje, encontra-se estabilizado, fora do hospital, com sua rede de apoio.

Texto originalmente publicado no site Pressenza – International Press Agency.