Programa de cirurgia bariátrica para pacientes do SUS completa um ano e promove encontro com pacientes para celebrar 500 procedimentos realizados
Auditório cheio, muita expectativa de quem aguarda pela tão sonhada cirurgia bariátrica, mensagens de apoio de quem já passou pelo processo e esclarecimentos da equipe chefiada pelo cirurgião Fernando de Barros, coordenador do serviço. Teve de tudo no Encontro Multidisciplinar da Bariátrica, organizado para celebrar o primeiro aniversário do Serviço de Bariátrica para pacientes do SUS no Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF).
Frei Nicolau Castro, o diretor geral do HSF, abriu a programação com um discurso de boas-vindas no qual relembrou os 10 anos da visita do Papa Francisco ao hospital, quando ele declarou que, depois de visitar o Santuário de Aparecida, estava chegando a outro santuário, o HSF, que tem por missão salvar vidas. “Com essa lembrança do Papa Francisco, eu quero saudar a todos que aqui se encontram hoje porque vocês são para nós esse solo sagrado, cada um com sua particularidade. Temos toda uma equipe para acolher vocês e respeitá-los. É com alegria que chegamos à marca de 500 cirurgias realizadas. São 500 vidas transformadas e renovadas”, disse.
Em seguida, foi a vez dos integrantes da equipe multidisciplinar do serviço esclarecerem dúvidas do público, que reuniu pacientes que ainda vão fazer a cirurgia e já operados, que deram seus relatos de como passar por esse processo e ter sua vida transformada. O educador físico Alexandre Gonzalez falou sobre a prática de exercícios físicos e de como ela é fundamental e deve ser adotada de forma gradual no pós-cirúrgico. Ele reforçou a importância da adesão ao tratamento. “É difícil e cansativo, mas é necessário comparecer às consultas de acompanhamento para possíveis ajustes de conduta com a equipe visando o sucesso do tratamento”, afirmou.
Uma das veteranas entre os já operados, Janaína Carvalho, encorajou quem ainda vai passar pela cirurgia: “essa magrinha aqui já pesou mais de 110 kg. Eu vestia manequim 54 e a roupa ficava apertada. Hoje estou vestindo uma calça que comprei ontem, tamanho 40. Eu tinha comorbidades que hoje não tenho mais. Meu recado para vocês é: não tenham medo e acreditem na mudança de vida que a cirurgia pode nos trazer”.
Operada há 5 meses, Ana Claudia Furtado da Silva também deu um depoimento emocionante. “Antes da cirurgia, meu rim estava parando, minha glicose era 400 e a pressão chegava a 20. Eu tinha esteatose hepática nível 3. Eu tinha certeza que eu ia morrer. Quando me ligaram para chamar para a cirurgia, eu estava acompanhando a minha filha grávida na maternidade e ali eu vi que eu tinha uma chance. O Hospital São Francisco me trouxe à vida. Estou ótima, cheia de energia. Não tenho mais todos aqueles problemas de saúde. Eu sou muito grata a toda a equipe, desde os recepcionistas até os profissionais de saúde. Eu agradeço pela vida dos cirurgiões da equipe, os Drs. Fernando, Pedro, Pablo e João todos os dias”, contou.
E coube ao cirurgião Fernando Barros fazer a apresentação sobre os tipos de cirurgia. “Uma questão muito comum que surge nos pacientes é qual será a técnica utilizada porque conhecem alguém que teve sucesso com um determinado tipo de cirurgia. A técnica utilizada não é o mais importante. Nós, da equipe, trabalhamos juntos e podemos dizer qual a melhor cirurgia para cada paciente. O que é realmente fundamental é que o paciente siga as orientações da equipe”, frisou.
Paciente número 1
Primeira paciente encaminhada pela Central Estadual de Regulação (CER) ao programa, Silvana Campos Ferreira, foi a convidada de honra do evento. Ela deu o seu depoimento, destacando as dificuldades que sentia há um ano, antes de passar pela cirurgia: “eu tinha 120 kg e hoje estou com 70 kg. Antes, eu não tinha ânimo para nada, praticamente não saía de casa e estava em depressão. Eu buscava consolo na bebida alcoólica e ficava em casa, bebendo e chorando. Só saía mesmo para trabalhar. Eu tinha muitas dores nos joelhos e no calcanhar e duas hérnias de disco. Hoje eu não sinto mais dor e é muito gratificante ter atingido esse peso. Eu faço academia de 3 a 4 vezes por semana e continuo me esforçando para melhorar a cada dia. Peço a vocês: não desistam! Se estiver com medo, vai com medo mesmo porque o resultado é muito bom!”, contou ela. Silvana ainda agradeceu a toda a equipe disciplinar pela acolhida ao longo do tratamento antes, durante e depois da cirurgia.
E foi Silvana a convidada a descerrar, junto de toda a equipe do serviço, uma placa comemorativa pela marca das 500 cirurgias realizadas ao longo do primeiro ano de programa.