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HSF celebra a vida com missa de Dom Orani e palestras sobre saúde

Informação relevante e muita emoção. Assim foi a 1ª Semana de Conscientização à Vida do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), que encerrou o mês de setembro lembrando as datas comemorativas do mês: o combate ao suicídio, a doação de órgãos e a segurança do paciente. “Nosso lema, ‘Ser humano é a nossa missão’ guiou a programação dessa semana tão movimentada e que trouxe debates tão importantes para o nosso hospital”, afirmou Frei Isaac Prudêncio, diretor geral do HSF.

Informação relevante e muita emoção. Assim foi a 1ª Semana de Conscientização à Vida do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), que encerrou o mês de setembro lembrando as datas comemorativas do mês: o combate ao suicídio, a doação de órgãos e a segurança do paciente. “Nosso lema, ‘Ser humano é a nossa missão’ guiou a programação dessa semana tão movimentada e que trouxe debates tão importantes para o nosso hospital”, afirmou Frei Isaac Prudêncio, diretor geral do HSF.
A programação foi oficialmente aberta com a missa solene em prol da vida presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Orani João Tempesta, no dia Nacional da Doação de Órgãos e também dia de São Vicente de Paulo, reconhecido por seu trabalho junto aos enfermos. Dom Orani elogiou a iniciativa do HSF de celebrar a vida em todas as suas nuances, tanto físicos quanto espirituais. “A palavra e o carisma de hoje nos levam a celebrar a Semana da Conscientização à Vida, já nos preparando para a Semana Nacional da Vida, festejada de 1º a 9 de outubro, com ênfase para o Dia do Nascituro, em 8 de outubro. Essa programação nos mostra a importância de fazer o bem, dando esperança e alento, em tempos tão difíceis como o que nós vivemos, com tantas dores e sofrimento, tantas perdas de pessoas queridas. São tempos difíceis que requerem homens e mulheres profetas que possam construir pontes e anunciar vida e fraternidade”, destacou o Cardeal durante sua homilia.
A plateia que acompanhou a celebração seguiu protocolos de segurança, com uso obrigatório de máscaras e distanciamento. Entre os presentes, Soraya Colucci, assessora técnica da Secretaria Estadual de Saúde, que representou o governador do Rio, Claudio Castro, na cerimônia, além da diretora administrativa e da coordenadora de acolhimento familiar do Programa Estadual de Transplantes (PET), Luciana Peixoto e Bianca Almeida, entre outros. O cardiologista Alexandre Cauduro, diretor geral do PET, que também acompanhou a solenidade, destacou o papel do HSF no cenário da realização de transplantes no estado e reafirmou a importância da parceria entre o PET e o hospital para a população fluminense. “É uma honra participar desta celebração no Dia da Doação de Órgãos. A Secretaria Estadual de Saúde e o Programa Estadual de Transplantes sabem e reconhecem o grande trabalho feito pelo Hospital são Francisco, que é hoje o principal centro transplantador de rins e de fígado do estado, responsável por mais de 70% dos transplantes. Nós queremos consolidar essa parceria e trabalhar juntos na melhora da atividade de transplantes do estado do Rio”, afirmou Cauduro.
Também participaram pacientes transplantados no HSF, como o jovem Luis Guilherme, de apenas 17 anos, e a jornalista Agatha Messina, que participaram de uma homenagem a Dom Orani, presenteando-o, em nome do HSF, com uma Mitra, que é uma insígnia pontifical utilizada pelos prelados da Igreja Católica.
A programação dedicada à promoção da saúde teve início com a palestra “Sensibilidade acerca da importância do Plano de Segurança”, apresentada pelas enfermeiras Josiane Santos e Isabelle Amorim, ambas integrantes da Coordenação de Segurança do Paciente e Gerência de Risco da Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria do Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Isabelle destacou a importância da definição do Plano de Segurança das instituições de saúde: “é como o plano de vôo da nossa organização, que deve levar em conta que o objetivo de todos deve ser cuidar das pessoas com qualidade”, reforçou. Isabelle apresentou um histórico da evolução das medidas de segurança do paciente e chamou a atenção de que é preciso incluir a disciplina no currículo das escolas médicas e de enfermagem. Ela ainda destacou as ações imprescindíveis para garantir a efetividade de um Plano de Segurança, como mapear os riscos antes mesmo do início da construção do Plano. Em seguida, Josiane tomou a palavra para esclarecer pontos da metodologia que deve ser utilizada para promover a implementação das ações e adesão às práticas de segurança. No encerramento da participação, ela comemorou a oportunidade de tratar do tema no HSF: “a campanha de vocês é belíssima e abre uma discussão importante sobre temas profundos”.

Na tarde do dia 29, quarta-feira, a programação seguiu com a mesa redonda “Vários olhares sobre a vida, tecendo redes de apoio”, que reuniu profissionais que atuam no Polo de Atenção Integral à Saúde Mental Papa Francisco (PAI) e o diretor do HSF, Frei Isaac, sob a mediação da coordenadora do serviço de psicologia do hospital, Caroline Oertel. Os participantes, que formam uma equipe multidisciplinar, esclareceram suas estratégias de atuação para permitir que o paciente psiquiátrico internado possa retomar a vida.
“As atividades que desenvolvemos visam reduzir o impacto na rotina, além de trabalhar questões que possam ajudar o paciente no pós-internação. É preciso olhar o indivíduo além da doença, ouvi-lo, conhecer o seu cotidiano”, frisou a terapeuta ocupacional Isabella Duarte. O educador físico Alexandre Gonzalez ressaltou a importância da atividade física como forma de promoção da saúde: “eu vejo o exercício como estratégia de enfrentamento aos desafios da vida, uma forma de aliviar a carga do dia-a-dia e combater o estresse e passo isso para os pacientes”. A nutricionista Andressa Assumpção alertou que o trabalho dela vai além de definir e servir refeições. “Comer é um ato social que vai gerar prazer além de nutrir. Na internação, vamos superando barreiras para que os pacientes passem a ingerir alimentos que não aceitavam antes, por exemplo. Além disso, realizamos rodas de conversa e atividades culinárias para que os pacientes coloquem a mão na massa”, explicou Andressa. A psicóloga Alessandra Cunha destacou a importância de uma equipe multidisciplinar para o acolhimento e recuperação de um paciente psiquiátrico com ideação suicida. “Esse trabalho não se faz sozinho e temos que, juntos, justamente resgatar o lugar deste sujeito”, pontou ela.

A importância da espiritualidade no processo de cura foi o tema abordado pelo diretor geral do HSF, Frei Isaac Prudêncio. Ele começou sua fala ressaltando que espiritualidade não é a mesma coisa que religião. “A espiritualidade é inata no homem e aqui nós a trabalhamos entendendo o grande benefício que pode trazer às pessoas. Quando a espiritualidade e a técnica caminham juntas, o resultado é melhor, o que já foi comprovado por estudos. Aqui no nosso hospital, temos conhecimento de casos de pacientes que receberam a visita da Pastoral da Saúde e relataram que seus quadros evoluíram de maneira diferente ou que passaram a encarar a doença de outra forma. E essa melhora é percebida também pelos médicos. A espiritualidade de cada um precisa ser cultivada mesmo diante das dores e das dificuldades”, reforçou.

A mediadora Caroline Oertel, então, concluiu dizendo também os profissionais devem construir suas próprias redes de apoio. “Devemos atuar de forma alinhada, para construir uma rede de apoio sólida e consistente, capaz de sustentar o sofrimento dos outros. Além disso, nós, os profissionais, também temos que estar atentos ao nosso próprio sofrimento. Precisamos olhar para nós mesmos, nos cuidar e ter nossa própria rede de apoio para que tenhamos força para seguir oferecendo suporte aos nossos pacientes”, afirmou.
A questão da doação de órgãos e o trabalho da Organização de Procura de Órgãos – OPO Norte, que funciona no HSF e atua na captação de órgãos para transplante foi o tema escolhido para encerrar a Semana da Conscientização à Vida, na quinta-feira, dia 30. A enfermeira Daniele Nascimento, coordenadora da OPO Norte, apresentou a palestra “Comunicação de más notícias e o impacto na doação de órgãos”, na qual ressaltou a importância dos esclarecimentos a respeito do protocolo de morte cerebral aos familiares dos pacientes. “A falta de conhecimento e uma abordagem equivocada impacta a reação e a decisão das famílias acerca da doação de órgãos. Por essa razão, é tão importante que seja feito um trabalho sério de orientação às equipes dos hospitais e, em particular, aos integrantes da OPO. Na minha equipe, todos passam por 3 meses de treinamento antes de começar a abordar as famílias”, relatou. Daniele lembrou o caso de Rayza, uma jovem de 22 anos que teve morte cerebral causada pelo rompimento de um aneurisma que ela nem sabia que tinha. A primeira abordagem aos familiares dela, feita de forma descuidada, quase impediu que os órgãos de Rayza fossem doados, mas com acolhimento e conversa franca, Daniele conseguiu reverter a situação: os pais concordaram com a doação e até hoje participam de eventos em homenagem aos doadores de órgãos realizados no HSF.

Para encerrar sua participação, Daniele apresentou números que comprovam a eficiência da equipe da OPO Norte, que cobre uma área que engloba 94 hospitais. “A OPO Norte é responsável por 26% das captações realizadas em todo o estado do Rio. De janeiro a junho, foram registradas 167 doações de órgãos e tecidos no estado, 45 delas, captadas pela equipe da OPO Norte. No mesmo período, foram registradas 58 negativas de famílias para a doação. Apenas 4 delas no âmbito da OPO Norte, menos de 7% do total”, concluiu.