Mudar a percepção da população de um hospital com 88 anos de tradição e voltado para a população idosa em uma unidade moderna, com diversas especialidades e infraestrutura completa. Esse é o principal desafio do novo diretor médico do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), Guilherme Costa, que possui MBA Executivo em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas. Ele que já atuou como gestor de rede de uma grande operadora de saúde, atribui esse estigma ao fato de o hospital estar vinculado à Igreja Católica e pelo próprio perfil etário da população da Grande Tijuca, onde está localizado. Graduado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, com residência médica em Ginecologia pelo Hospital da Piedade e em Obstetrícia pelo Hospital Maternidade Carmela Dutra, nos últimos 6 anos, Costa dedicou-se à área de gestão e inovação em saúde, paralelamente à atuação médica. Assumir a direção médica do HSF para ele foi uma oportunidade, tanto afetiva quanto profissional. “Sempre tive um carinho muito grande pelo Hospital, pela sua fachada histórica e pela sua vocação de alinhar a filantropia ao cuidado técnico em várias especialidades de saúde. Além disso, sou nascido e criado na Tijuca, de família católica e meus avós maternos (portugueses) eram devotos de São Francisco”, conta ele. Para além do viés afetivo, Costa apresenta uma visão pragmática do HSF. “Poucos hospitais privados no país possuem hoje o espaço físico, quantidade de leitos e especialidades que nós temos aqui. Além disso, somos o único hospital geral no Rio de Janeiro com leitos de internação psiquiátrica, o que é de extrema importância, sobretudo em uma época em que a saúde mental de todos tem sido muito pressionada pelas questões relacionadas à pandemia. Eu creio que fazer tudo isso funcionar de forma sinérgica vai nos levar a outro patamar da gestão do cuidado junto à saúde suplementar”, afirma. Visando incrementar a relação com os convênios, sempre buscando prestar um atendimento de excelência aos pacientes, Costa pretende abrir um caminho de diálogo com os principais parceiros. “Hoje os convênios estão muito preocupados com a chamada inflação médica e tendem a enxergar os hospitais credenciados como os grandes vilões do custo em saúde. Vamos conversar e criar juntos linhas de cuidado de saúde, onde o objetivo principal é fornecer saúde de ponta a ponta, oferecendo todo tipo de atendimentos aliado a novos modelos de remuneração, mais previsíveis e que estimulem tanto a eficiência quanto o valor em saúde”, planeja.