Em tempos de intolerância e preconceito em ambientes reais e virtuais, o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) deu um importante passo em prol da diversidade, com a criação, no final de 2023, do Comitê da Diversidade, Equidade e Inclusão, que já começa a apresentar resultados. Para marcar o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, celebrado em julho, o Comitê desenvolveu diversas ações durante todo o mês, como a cartilha de orientação a expressões racistas e palestras sobre discriminação.
“Criamos uma tela de fundo para todos os monitores usados na unidade, com o mote: ‘Não são apenas expressões, também é RACISMO’. São palavras e locuções que fazem parte do vocabulário do dia-a-dia de muitas pessoas, mas que passam despercebidas que são carregadas de preconceito”, salienta Messias Castilho, presidente do Comitê. “Nosso objetivo é mostrar que tais linguajar não devem ser usados e, para reforçar, preparamos uma lista com essas expressões e seus reais significados, para não restar dúvidas do uso inadequado”, relata Castilho. A lista foi divulgada em todo o hospital e também nas redes sociais.
Outra ação de inclusão foi a recente aquisição de toucas para cabelos crespos, cacheados e volumosos ou com tranças. “Levamos à direção do hospital uma demanda de profissionais. As toucas tradicionais não são adequadas para estes penteados e então solicitamos que, para este grupo de profissionais, fossem adquiridas toucas maiores e fomos atendidos”, comemora ele.
Outras ações
Castilho conta que esse trabalho começou em setembro, a partir de uma demanda da direção do hospital, com a realização de palestras de conscientização sobre o tema, para engajar os colaboradores nesta iniciativa, trazendo informações relevantes sobre os conceitos de diversidade, seus impactos na sociedade e, principalmente, sobre como criar espaços mais inclusivos. Ele lembra que a partir daí, foi criado o Comitê, hoje composto por 8 integrantes.
A primeira ação do Comitê foi a realização de um censo entre os colaboradores. “Sentimos que era preciso conhecer a nossa comunidade antes de discutir o tema. Precisávamos conhecer o quão diversos nós somos e o censo nos permitiu verificar em quais situações deveríamos agir”, explica Castilho. De posse dos primeiros resultados, ficou definido que o foco seria atuar de forma prática. “Identificamos um grupo de colaboradores com neuro divergências, como autismo, por exemplo. Sugerimos a utilização de cordões para que sejam reconhecidos e estamos implementando essa novidade.
Mensalmente, o Comitê se reúne para debater um assunto diferente. O calendário de encontros já abordou temas como assédio no ambiente de trabalho, luta antimanicomial, questões femininas e maternidade, entre outros. “Das ações que nasceram destas reuniões, podemos destacar: o incentivo às vagas para pessoas com deficiência, inclusive já participamos de Feiras divulgando nossas vagas e também criamos um curso da língua brasileira de sinais (Libras), além de termos realizado treinamento sobre assédio moral”, conta Castilho. As pautas do segundo semestre incluem discriminação racial, paternidade e mais uma turma do curso de Libras.
Para o diretor administrativo do HSF, Márcio Nunes, que idealizou a iniciativa, a proposta é que o Comitê abrace a todos, sem distinção, e tenha ações determinantes para o desenvolvimento de uma cultura de respeito aos diferentes e a criação de um ambiente de trabalho saudável. “O Comitê deve amparar e acolher as necessidades e solicitações dos nossos colaboradores em demandas que irão contribuir para resolver questões em curto prazo e, no longo prazo, irão nos ajudar a pavimentar uma cultura baseada no respeito às diferenças e, consequentemente, na valorização dos nossos quadros”.
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