Notícias

Cuidados com a saúde: médicos e psicólogos do HSF dão dicas sobre Alzheimer, leucemia e fibromialgia

As campanhas de conscientização sobre diversas doenças colorem os meses do ano e chamam a atenção para mudanças de hábitos e atitudes importantes que todos devem adotar.

O segundo mês do calendário traz alertas importantíssimos: a campanha Fevereiro Laranja, direcionado ao combate à leucemia, e o Fevereiro Roxo, voltado para conscientizar a população sobre doenças neurológicas e autoimunes, que despertam muitas dúvidas, como o Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus.

Com o objetivo de abrir um diálogo direto com seus colaboradores e o público em geral, o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF) promoveu uma série de palestras sobre as doenças abordadas nas campanhas mensais de promoção da saúde. Em respeito aos protocolos de proteção impostos pela pandemia da Covid-19, a programação foi apresentada para um público presencial restrito, formado por colaboradores do hospital e transmitida ao vivo pelo Instagram do hospital (@hsf.alsf).

A programação teve início com a hematologista do HSF, Marilza Campos de Magalhães, que abordou a leucemia. Ela ressaltou que ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, a leucemia não é uma doença, e sim a denominação de uma série de doenças para as quais não há prevenção. “Há fatores que podem desencadear leucemia e que são relacionados ao meio ambiente, assim como há o risco de acidentes radioativos, como houve no Brasil com o Césio 137. Viroses e até mesmo alguns tipos de medicamentos podem ser agentes causais”, explicou. A especialista também tirou dúvidas dos presentes sobre o transplante de medula óssea, um dos principais tratamentos utilizados na busca da cura de pacientes com leucemia.

Com base na própria experiência em consultório, o chefe do serviço de Neurologia do Hospital, Fernando Figueira, fez sua apresentação sobre a doença de Alzheimer. O médico, que é membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, contou que é muito comum receber pacientes no ambulatório com queixas de memória, mas que nem todos os casos são indicativos da doença. “Frequentemente a queixa se refere à perda da memória primária, de curta duração, com preservação das informações mais antigas, como aniversários de pessoas da família e acontecimentos passados, memórias estratificadas. Com o tempo, essas alterações de memória podem progredir e esses pacientes precisam ser acompanhados para um diagnóstico precoce, pedra angular no tratamento. Além da perda de memória podem surgir outras alterações cognitivas, como desorientação espacial ou temporal, levando a dificuldades nas atividades diárias, o que caracteriza uma síndrome demencial, necessitando ajuda médica para iniciar tratamento o quanto antes”, explica o neurologista. Há diversas causas de demência, mas cerca de 85 dos casos são devido à doença de Alzheimer. Dentre os 15% restantes podem haver doenças potencialmente curáveis. “A doença de Alzheimer não tem cura. As medicações atualmente em uso podem retardar o progresso da doença, mas este benefício é discreto e transitório. Por essa razão, a detecção precoce é tão importante para a manutenção da qualidade de vida do paciente e de sua família. Quadros depressivos e apatia em pacientes idosos podem ser os primeiros sinais de demência, e devem servir de alerta para uma consulta com o neurologista”, orientou Figueira.

A fibromialgia foi o tema da terceira live da semana e ficou a cargo das psicólogas Caroline Oertel e Juliana Alcântara. Elas fizeram um alerta importante: por ser uma doença que não pode ser detectada por meio de exames clínicos e de imagem, muitas vezes os pacientes com fibromialgia sofrem além das dores causadas pela doença por não serem compreendidos. “Não é raro que um paciente com fibromialgia precise passar por diversos médicos até que seja corretamente diagnosticado”, lembrou Juliana. Por ser uma doença altamente dolorosa, muitas vezes incapacitante, a fibromialgia leva o paciente a perder o vínculo social que tinha antes. Caroline ressaltou a importância do acompanhamento psicoterapêutico para esses pacientes e que é preciso direcionar a atenção deles para o que realmente importa e uma das ferramentas utilizadas é a Terapia Cognitivo Comportamental: “É preciso que a pessoa entenda que nem sempre vai conseguir controlar a dor e que é necessário aprender a viver com ela para seguir em frente e retomar a vida normal. Com essa abordagem, é possível fazer o paciente identificar pensamentos disfuncionais que estão sendo destrutivos e ajudá-lo a transformá-los”, ensinou. Para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia, as psicólogas recomendam que os pacientes participem ativamente de seus tratamentos, trocando ideias com seus médicos; melhorem a qualidade do sono; controlem o humor e reduzam o estresse. “Também é muito importante praticar atividades que dêem prazer. Quando surgir um problema, o melhor é evitar ficar remoendo e focar na solução. E, por fim, a dica mais importante de todas: seja sempre a sua própria prioridade!”, encerrou Caroline.